Outro dia estava em uma loja e a vendedora, que devia ter em torno de uns 20 anos de idade, estava conversando com um cliente, pelo visto devia ser um desses clientes conhecidos, que sempre compram no mesmo lugar e com a mesma vendedora, papo vai, papo vem, e ele disse que apesar de tudo ainda tinha orgulho de ser brasileiro e ela olhando bem nos olhos do senhor disse que não tinha orgulho, não via motivo para tanto e não entendia nem mesmo o porque das pessoas terem orgulho.

Eu, ali parada, fiquei pensando no futuro do nosso país, nas palavras daquela jovem, e assim como o senhor, se eu tivesse que responder essa pergunta para convencê-la a ter orgulho de ser brasileira o que poderia dizer?

Poderia falar das praias, e omitir a prostituição infantil.

Poderia falar das montanhas e omitir a presença das comunidades carentes.

Melhor ainda, poderia como muitos compatriotas o fazem, encher o peito e dizer que temos a maior comunidade carente da américa latina.

Vi que por esse caminho não conseguiria fazer com que aquela jovem mudasse de idéia, então continuei tentando encontrar algo que pudesse utilizar para persuadí-la, talvez se eu falasse da nossa hospitalidade, da nossa camaradagem, do nosso sorriso gostoso, lembrei que ainda assim teria que omitir os roubos que ocorrem diariamente aos turistas que saem de suas cidades/países dispostos a conhecer um pouco da nossa terra e cultura e são maltratados, da violência banal que impera em diversas cidades/municípios brasileiros, das crianças que se matam nas escolas, dos motoristas que se matam no trânsito, e tantas outras coisas.

Aos 30&Alguns cheguei a conclusão que a questão do orgulho é muito mais complexa do que eu imaginava. Com a idade vejo o quanto se torna mais difícil explicar para os mais jovens um sentimento, que vamos ser sincero, só aflora mesmo na época da Copa do Mundo, então acho bom a seleção melhorar, e conseguir chegar em 2010, se não esse sentimento só virá a tona em 2014, onde assim como no Pan, os gastos serão triplicados, mas estaremos todos nas ruas sambando, bebendo cerveja e gritando BRASIL!!! e nem iremos reparar… e vamos que vamos, afinal “a copa do mundo é nossa, com o Brasil, não há quem possa…”

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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