Como os leitores assíduos do blog sabem, não sou advogada, e quando escrevo algo sobre leis, é porque procuro na internet e por sorte, sempre aparece algum leitor com maior conhecimento sobre as mesmas para esclarecer ou corrigir alguma informação que eu possa ter postado aqui de forma incorreta.

Pois bem, o meu problema, e não é só meu, mas de todos os moradores da quadra onde eu moro, é um restaurante que cerca de 4 meses atrás começou a colocar música ao vivo às quarta-feiras, era, se não me engano, uma dupla sertaneja, com o sucesso do novo sistema de negócio adotado, resolveram que às sextas-feiras seria noite de música ao vivo, estilo Pagode, com o retorno monetário que tiveram, os donos tiveram a idéia genial, somente para eles, de ter música ao vivo de quarta-feira, até domingo.

Quinta, sexta e sábado a música rola solta até as 3 horas da matina, vocês tem noção do que é isso? Tem noção do que eles transformaram essa rua que sempre foi tranquila e eu posso afirmar isso , porque minha família tem essa propriedade desde 1946.

Agora de quarta até domingo, a noite temos flanelinhas na rua, inclusive que permitem que os clientes do maldito restaurante estacionem na porta de nossas garagens, tendo os moradores que ficarem batendo boca e buzinando para conseguir sair ou entrar em suas casas e na última vez que o meu marido foi falar com o flanelinha ainda recebeu a seguinte resposta: “Eu trabalho com a polícia, todos aqui trabalham com a polícia, os donos dos restaurantes, você vai ter é problema se ficar reclamando.”

E eu, ingênua já liguei para a polícia, vocês acham que alguém apareceu? Para resolver o problema não, mas eles passam por aqui constantemente…

Então fui informada que deveria ligar para a SEMASA, e na verdade até o momento não entendi muito bem como isso funciona, porque ligo, não só eu, como alguns vizinhos, eles anotam vários dados, informam que o fiscal deve passar para medir o barulho no local dentro do período de 3 horas e 30 minutos contando a partir do momento da ligação e se acharem que o barulho estava excedendo o estipulado por lei, depois de não sei quantas reclamações, a atendente não soube informar, ele recebem multa, depois de não sei quantas multas, os instrumentos musicais são apreendidos e depois disso se ainda insistirem o estabelecimento é fechado.

O que eu acho a cara do Brasil, já vi a polícia chegar em festinha por causa de reclamação de barulho, mas quando falamos de estabelecimentos comerciais, ninguém faz nada, por que será?

Aos 30&Alguns noto que independente da cidade onde você more, no Brasil as coisas funcionam estranhamente, as leis são respeitadas por quem? Apenas pelo cidadão que paga os seus impostos. Tenho uma vizinha de mais de 80 anos, outra com duas crianças, em frente a esse restaurante que não possui nenhum isolamento acústico e ainda tem duas caixas de som na calçada, tem uma vila de casas, é simplesmente impossível dormir.

Os moradores não dormem, tem dificuldade de entrar e sair de suas residências, sempre vemos vários homens urinando na rua, porque o restaurante não tem espaço suficiente para os clientes permanecerem lá dentro, ficam na calçada e no meio da rua, e pelo visto também não tem sanitários suficiente para suprir a demanda.

Porque uma pessoa resolve ganhar dinheiro de qualquer jeito, os moradores da rua que pagam seus impostos e cumprem com lei tem que sofrer as consequências.  Já pensei até em descobrir onde o dono mora, contratar um banda de pagode e começar a tocar na porta da casa dele por volta de 2 horas da manhã, mas tenho certeza que nessa hora a polícia apareceria…. enfim, coisas do Brasil.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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