Dismenorreia é a dor das cólicas menstruais, muito conhecida pela maioria das mulheres, e dependendo se há ou não alguma doença dos órgãos pélvicos como causa, pode ser classificada como primária ou secundária. Na dismenorreia primária, que representa cerca de 80% dos casos, não há problemas no útero ou ovários. Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Patricia de Rossi, os sintomas são comuns. Metade das mulheres apresenta esse tipo de dor pélvica durante sua idade fértil.

A cólica é consequência das contrações uterinas, que ocorrem por aumento da produção de prostaglandinas (moléculas reguladoras das vias metabólicas) no endométrio (camada interna do útero que é eliminada na menstruação). Essas contrações comprimem os vasos sanguíneos, dificultando o suprimento de oxigênio em algumas partes do útero gerando dor na parte inferior do abdome, que pode se irradiar para as costas e pernas, é comum ter outros sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, mal-estar, fadiga e que prejudicam o bem-estar e as atividades cotidianas e apesar de até os dias de hoje haver quem duvide, é uma realidade, algumas mulheres ficam incapacitadas até para trabalhar.

Tanto na dismenorreia primária como na secundária a dor é individual e pode variar entre amena e muito intensa, pode atingir intensidade bastante alta, chegando próximo a níveis máximos de desconforto. Isso depende da sensibilidade da paciente e de outras doenças concomitantes. Outros fatores influenciam o nível da dor, como a duração do fluxo menstrual, tabagismo, consumo exagerado de álcool, história de abuso sexual, obesidade, estresse e distúrbios emocionais.

A dor da dismenorreia primária costuma se iniciar junto do fluxo menstrual e dura, geralmente, entre dois e três dias, costuma aparecer após as primeiras menstruações, podendo diminuir ou não de intensidade ao longo dos anos ou depois da primeira gravidez, a dismenorreia secundária habitualmente começa duas semanas antes da menstruação e piora com o passar do tempo. Pode ser acompanhada de outros sintomas ginecológicos, como aumento da duração ou volume das menstruações, causado por outras doenças, como miomas ou endometriose.

Na dismenorreia primária, o foco é bloquear o mecanismo da dor. Algumas das fórmulas mais indicadas são os anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) à base de ibuprofeno, pois diminuem a produção das prostaglandinas causadoras dos sintomas.

Para evitar a gravidez, uma alternativa é o uso de contraceptivos orais, as pílulas anticoncepcionais. O tratamento deve sempre ser orientado por um médico, para que o medicamento seja usado na dose adequada e evite falha por uso incorreto, bem como reduzir a ocorrência de efeitos colaterais, como transtornos gastrointestinais.

De acordo com o Dr. Irimar de Paula Posso, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), nos casos de dismenorreia secundária, é necessário também tratar a causa básica, os anti-inflamatórios não-esteroides podem ser usados como medicação analgésica associada a outros fármacos nesses quadros, mas podem não ser suficientes para o tratamento da dismenorreia secundária. Em algumas situações, uma cirurgia para tratar a causa básica pode ser a única solução

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