Gestantes portadoras de doenças cardiovasculares merecem atenção médica especial já que a gravidez aumenta a velocidade da circulação e o volume de sangue. Em contrapartida, o aleitamento faz muito bem ao coração das mães.

O cardiologista José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, explica que mulheres sem qualquer histórico de doença cardiovascular costumam apresentar alterações, principalmente o chamado sopro, um ruído associado aos batimentos cardíacos, que desaparece, na maior parte dos casos, cerca de sete dias após o parto.

Quando a gestante é portadora de alguma doença cardiovascular, os cuidados devem ser redobrados, a começar pelo relato do fato ao ginecologista-obstetra logo no início da gravidez, para que sejam adotadas as medidas preventivas adequadas, em conjunto com o cardiologista.

Os dois riscos mais importantes para a gestante com doença cardiovascular são o agravamento da insuficiência cardíaca, devido ao aumento do esforço imposto ao coração, e o surgimento de uma infecção (endocardite), que pode atingir válvulas do coração que já apresentem alguma lesão. O primeiro caso é mais recorrente e menos grave e o segundo, mais raro e com maior gravidade.

Nas duas situações há medidas preventivas e controles eficientes. Por isso, é muito importante o acompanhamento médico frequente durante toda a gravidez e a adoção dos cuidados e recomendações do ginecologista e do cardiologista.

Durante a gestação, também podem aparecer outros sintomas em mulheres sem histórico de doença cardiovascular, cuja ocorrência também exige cuidados especiais no caso das grávidas cardiopatas. Uma dessas alterações é a arritmia, com aceleração ou redução da frequência cardíaca.

Outro fator que merece atenção é o aumento da pressão arterial, que costuma atingir de 5% a 7% das gestantes, é necessário que a gestante mantenha dieta e rotina saudáveis, sempre com orientação médica. O sedentarismo, consumo excessivo de sal, ingestão de álcool, tabagismo e excesso de peso, que já são nocivos para todas as pessoas, representam prioridade absoluta para as mulheres grávidas. A alimentação deve ser boa, na medida certa para a saúde e o desenvolvimento do bebê, mas sem exageros.

Aleitamento

Distintos estudos demonstram que a amamentação, além dos comprovados benefícios para o bebê, também é muito benéfica para a saúde cardíaca das mães, favorecendo a perda de peso após o parto, a redução dos níveis de colesterol, glicose e a normalização da pressão arterial.

Trabalho mais recente, realizado por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, concluiu que o aleitamento diminui os riscos de doenças cardíacas. A pesquisa, publicada no Journal of American Heart Association, abrangeu 300 mil mulheres chinesas, acompanhadas durante dez anos. Os resultados apontaram que aquelas que amamentaram apresentaram risco 9% menor de desenvolver doenças cardiovasculares. O índice alcançou 18% no grupo das que tinham mais de um filho e amamentaram cada bebê por dois anos ou mais.

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