Uma das descrições da palavra “amigo” no dicionário Michaelis é “Indivíduo unido a outro por amizade; pessoa que quer bem a outra.” E umas das descrições da palavra (apenas uma não seria suficiente) ” ladrão” são ” 1 Que, ou aquele que furta ou rouba. 2 Que, ou aquele que de qualquer maneira fraudulenta se apodera do alheio; defraudador, espoliador, esbulhador, despojador. 3 Maroto, tratante….”

Como alguém que quer bem a outra pessoa pode ser o mesmo alguém que furta, ou rouba, ou se apodera de algo alheio, que pertence a pessoa que se deveria querer bem?

Uma das maiores decepções que podemos ter na vida é com um amigo, pois esse é diferente de parente. Amigo não nos é imposto, somos nós quem escolhemos e que deixamos com que entrem em nossa vida e façam parte do nosso mundo.

Quando eu era adolescente, uma amiga furtou uma folha do talão de cheque do meu pai, hoje em dia, imagino como foi difícil para o meu pai na época me chamar para contar o ocorrido. Ele teve a descrição da pessoa que passou o cheque em um bar, por isso sabia quem era. Continuei a amizade com essa minha “amiga” por um bom tempo, acho que na época fiquei um pouco na dúvida se a descrição estava correta, sabe meio que querendo me enganar?

Depois essa mesma amiga roubou dinheiro da carteira de outra amiga, que situação horrível, eu não enfrentei quem roubou, mas disse para quem foi roubada e a pessoa que foi roubada já desconfiava, pois algumas vezes em que a outra pessoa encontrava-se no mesmo ambiente algum dinheiro sumia de sua carteira.

Nosso erro na época foi não confrontar quem estava roubando, mas também sei que quem roubava iria negar até o fim. O jeito foi nos afastar.

Quando fui trabalhar em uma Cia. Aérea no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, todos os funcionários sabiam que havia pelo menos uma ” elza” (assim que chamavam os ladrões). Era incrível, você levava a sua marmita em um pote novo, na hora que abria a geladeira para colocar o seu pote no microondas, a tampa estava trocada por uma velha, uma vez abriram minha bolsa e roubaram o meu celular, uma amiga no primeiro dia de trabalho teve 50 reais roubados da carteira.

As pessoas desconfiavam de um ou de outro, mas ninguém realmente falava quem era, algumas pessoas sabiam quem era o ladrão, mas ninguém falava, e todos conviviam diariamente como se fossem amigos.

Quando era mais nova, uma amiga estava trabalhando em um canal de tv a cabo e precisava de uma assistente, na época a minha irmã estava fazendo faculdade de Comunicação Social, mas a minha amiga muito educadamente disse que ela não contratava amigos, na época ficamos meio sem saber ao certo como reagir, porém hoje em dia, após 10 anos, vejo que a minha amiga estava certa. Não por não contratar a minha irmã, que é uma profissional excelente, e sim por não contratar amigos.

Conheço uma pessoa que contratou um amigo, desses que quando você é adolescente apresenta para os amigos como seu primo, etc… e essa pessoa simplesmente, tendo um cargo de confiança, traiu a confiança do amigo, mentiu em relação a quantos produtos eram vendidos, a quantidade de dinheiro que entrava no estabelecimento, aumentou o próprio salário, contratou a mãe, pagou curso para a irmã e coisas piores.

Aos 30&alguns cheguei em uma conclusão, que amigo que rouba amigo não tem 100 anos de perdão, porque amigo que rouba amigo, na verdade… amigo de si mesmo, nem de ninguém na verdade é.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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