No dia 27 de julho celebra-se o Dia Mundial de Conscientização, Prevenção e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. No biênio 2018-2019, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer da cavidade oral já representava a quinta neoplasia com maior incidência em homens, enquanto o câncer de tireoide é o quinto em maior ocorrência entre as mulheres no Brasil.

De acordo com Dr. Marcos Loreto, diretor Técnico Médico da Omint e cirurgião de Cabeça e Pescoço, “nos últimos anos, principalmente no território da faringe, houve um aumento importante de tumores relacionados ao papiloma vírus, que conhecemos como HPV, e é o mesmo que afeta colo do útero e pênis. Isso fez incluir nas campanhas de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço a conscientização ao sexo seguro, já que a transmissão do vírus se faz pela pratica do sexo oral, principalmente em pessoas com múltiplos parceiros”, declara.

Sintomas, diagnóstico e tratamento – Ainda segundo Dr. Loreto, nos tumores de cavidade oral e faringe, os principais sinais que devem ser observados são: lesões que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, nódulos no pescoço e rouquidão persistente. “Nos casos mais avançados, observamos dificuldade na fala, mastigação e ato de engolir, além da sensação que há algo preso na garganta. Dessa forma, para que a neoplasia seja detectada e diagnosticada da forma mais precoce possível, sugerimos que observem e procurem um cirurgião de cabeça e pescoço assim que notarem qualquer ferida na boca e garganta que não cicatriza há mais de 15 dias”, esclarece o médico. Quanto à tireoide, a presença de nódulo endurecido, associado a gânglios aumentados no pescoço ou ao sintoma de rouquidão pode ser indicação de um tumor maligno na região.

O médico ainda esclarece que os tumores de cavidade oral, se diagnosticados no início e tratados de forma adequada, a maioria dos casos – que pode chegar a até 80% – é curável. “Normalmente, o tratamento inclui cirurgia e radioterapia, tanto de forma isolada quanto associada. Os dois procedimentos têm bons resultados nas lesões iniciais, que são aquelas restritas ao local de origem. A indicação clínica depende localização do tumor e das alterações funcionais que podem ocorrer durante o tratamento”, esclarece Dr. Loreto.

Quanto ao câncer na tireoide, o tratamento normalmente é cirúrgico. A retirada total ou parcial do órgão, conforme o caso, costuma ser o tratamento de escolha. “O tratamento dos carcinomas bem diferenciados, como o papilífero, que é o mais frequente, depende das características do tumor, como tamanho, invasão de estruturas, presença de lesão fora da tireoide, além do sexo e idade do paciente. Esses fatores indicarão a extensão da cirurgia e a necessidade da complementação terapêutica ou não com o iodo radioativo. Já os outros tumores malignos da tireoide deverão ser tratados com a tireoidectomia total, com ou sem esvaziamento cervical ganglionar, a depender do tipo de tumor”, explica o médico.

Dr. Loreto ainda complementa que, em casos de cânceres que apresentem disseminação para gânglios no pescoço, o tratamento do tumor primário deve ser associado à retirada deles de maneira sistemática, que é o esvaziamento cervical ganglionar. A complementação terapêutica com o iodo radioativo deve ser sempre considerada em pacientes com carcinomas bem diferenciados, classificados como de alto risco e submetidos à retirada total da tireoide.

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