Quando você tem a chance de morar em um país considerado de primeiro mundo, algumas diferenças básicas você pode notar logo de cara, não que eles sejam melhores, simplesmente as leis básicas de convivência em grupo funcionam melhor lá do que no “resto” do mundo.

Mesmo quando falamos que os EUA são imperialistas, só querem petróleo, não respeitam ninguém, em parte isso é correto, podem não respeitar os direitos dos outros que estão fora do país, mas os direitos e deveres dos seus cidadãos são bem mais respeitados, porque as pessoas sabem o poder que elas tem, que a lei vai ser seguida caso algo ocorra errado.

Com isso em mente é que ultimametne tenho pensado muito na nossa sociedade, principalmente da cidade onde vivo, mais especificamente da zona e do bairro. Por ser considerada uma área nobre, onde os preços dos imóveis tanto para comprar como para alugar são altos, pessoas que geralmente pagam caro para os seus filhos estudarem, muitas vezes os enviam para morar no exterior, possuem bons carros, tudo bem que a maioria ainda vive de fachada e empréstimos em bancos, ainda assim é uma área nobre com uma classe média, classe média alta e algumas coisas que acontecem nesse bairro não dá para entender…

* exemplo número 1. – há uma pracinha, bem pequena na esquina da minha casa, a minha rua é relativamente pequena, onde há condomínios, as pessoas que moram nesses condomínios levam seus cachorros para passear, agora a lei diz que temos que recolher as fezes dos animais na rua, só que para não fazer isso, as pessoas fazem com que os cachorros façam suas necessidades na grama da pracinha, assim acham que não precisam catar. Eu que moro perto da pracinha e que passeio com o Thor por ali, fico enojada com o cheiro de m. e a quantidade de moscas. Mas o povo acha que não tem problema algum largar as fezes dos cachorros na grama….

Isso eu nunca vi ocorrer em países “civilizados” , afinal quem quer andar na rua e ficar ao lado de m. e moscas?

* exemplo 2. – no meu bairro há apenas uma rua principal mais movimentada, há sinais de trânsito, ela é relativamente bem sinalizada, por incrível que pareça toda vez que você vai atravessar a rua, não só tem que esperar o sinal fechar para os carros, como também tem que contar até 30 para atravessar, pois ninguém respeita o sinal de trânsito.

* exemplo 3 – perto da rua onde moro, tem uma oficina mecânica, por lei, todos sabemos que é ilegal fazer trabalhos mecânicos com os carros em cima da calçada do lado de fora do estabelecimento, mas aqui ninguém respeita, outro dia voltando para casa, vi uma mulher com um carrinho de bebê e ela não conseguia andar na calçada porque em cima da calçada tinham 5 carros. Ninguém vê? Vê … A polícia não vê? Vê, acho que são até amigos dos donos da oficina…

* exemplo 4 – eu sou contra as vans, justamente porque onde moro, perto tem um ponto de ônibus e de van, os “donos/motoristas” das vans simplesmente não respeitam nada nem ninguém, e quer saber de uma coisa, estou cansada de ver vários ônibus vazios. Hoje em dia tem ônibus com ar condicionado, ônibus sem ar condicionado e vans percorrendo o mesmo percurso e não tem tanta gente assim… as vans quando percebem que o ônibus está chegando no ponto, aceleram, passam os carros de qualquer jeito, até mesmo na contramão para chegarem ao ponto antes, fora as vezes em que os donos/motoristas param em qualquer lugar, sem dar seta, sem ser ponto, só para não perder o passageiro.

E assim vai… ônibus então, teve um motorista que mudou o ponto do ônibus, ele pula um ponto para chegar no ponto final mais rápido que fica em frente a uma universidade.

Aí faz a gente pensa se na área nobre é assim, como será nos outros lugares?

Aos 30&alguns o que me chocou mais quando retornei ao Brasil foi a falta de educação do povo brasileiro em geral, não digo falta de estudo, nem de cultura, digo a falta de respeito para com o próximo, apesar de sermos mais festeiros, mais abertos, etc… ainda temos uma população muito mal educada com resquícios da colônia que um dia fomos e que para alguns ainda somos. Espero que um dia possamos sair nas ruas e não ter carros em cima da calçada, que possamos atravessar a rua quando o sinal estiver verde para pedestres, que os transportes públicos sejam dirigidos por pessoas sensatas e que não tenha que ver m. e mosca ao andar na rua porque as pessoas tem nojo de pegar com o saquinho plástico as fezes de seus cachorros.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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