Ontem sai com meus irmãos, cunhado, marido e namorada do irmão para jantar. Eis que estamos animadíssimos no papo, rindo felizes da vida comendo no restaurante japonês, quando de repente um dos clientes que estava jantando, paga a conta, olha para a nossa mesa e fala:

– Valeu moçada. Saravá!

Sai e fecha a porta.

A reação de geral, não só quem estava na mesa, mas os garçons e outros clientes foi de cara de nágedas, para não falar outra coisa.

Os comentários foram os mais diferentes e todos meio que indignados pensando se fosse uma mesa com maioria branca será que ele diria saravá?

Chegando em casa dei uma busca no google e encontrei o seguinte na Wikipedia:

“O termo Saravá tão ridicularizado pelos que atacam a Umbanda ou o Candomblé é um Mantra (que são palavras especiais vocalizadas de maneira específica que produzem certos fenômenos de imantação e desagregação; são sons místicos ou sagrados, ou seja, sons específicos que elevam o espírito).

SA = Força, Senhor
RA = Reinar, Movimento
VÁ = Natureza, Energia

Saravá significa então, força que movimenta a natureza. Esse termo é, portanto, um poderoso mantra que pode fixar ou dissipar determinadas vibrações, não sendo, portanto aconselhável pronunciá-lo sem a devida necessidade.

Saravá, assim como axé, shalom, ouamém, selam conversas e têm conotação positiva.

Saravá também pode ser compreendido como um sinônimo de macumba, quando explicado no sentido de algo relacionado com má sorte, magia negra, etc.

Saravá também pode significar “salve” ou “viva”, por influência africana no idioma português do Brasil. Usada nesse sentido específico pelo poeta e compositor brasileiro Vinícius de Moraes.

É comum relacionar essa expressão com rituais do nordeste brasileiro, como o candomblé e Orixás.”

Como na mesa havia rastas, ateus e cristãos, ninguém sabia ao certo o que significava Saravá, aí eu pergunto:

1. seria ele do candomblé achando que nós também éramos?
2. tudo quanto é preto tem que saber o que significa saravá?
3. ao ver alguém que parece judeu, devo dizer Shalom, apenas porque suponho que seja judeu?
4. seria ele fã ou parente de Vinícius de Moraes?
4. será que porque convivemos diariamente com situações de preconceito, ficamos desconfiados? Se esse foi o caso eu pergunto: e o restante das pessoas que estavam no ambiente, por que olharam com aquela cara de “que mancada”?

Aos 30&Alguns eu pergunto, o que você acha?

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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